O que faz um neuropediatra?
O neurologista pediátrico ou neuropediatra é o médico especializado em diagnosticar e tratar doenças ou transtornos do sistema nervoso na faixa etária pediátrica. O acompanhamento pode ser feito desde o período neonatal até o final da adolescência, identificando quaisquer sintomas ou alterações no desenvolvimento neuropsicomotor esperado e, assim, oferecer a melhor intervenção possível.
Formação profissional
- Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará
- Residência Médica em Pediatria pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo-SP
- Residência Médica em Neurologia Infantil pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
- Fellowship em Neurogenética pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Sobre mim
Sou um médico com experiência e que preza pelo profissionalismo e pela empatia com o(a) paciente. O objetivo principal de cada atendimento é sanar as dúvidas, dando conforto e segurança à família, para que juntos possamos traçar o melhor plano terapêutico possível .
Dr. Jório Almino
Exemplos de tratamentos:
Todo neuropediatra necessita de formação adequada com vasta experiência prática com conhecimentos semiológicos e clínicos adequados para rastrear e investigar uma gama de transtornos e afecções, como, por exemplo:
Distúrbios do Neurodesenvolvimento e do Comportamento
São um grupo de condições com início na infância, caracterizadas por déficits nos marcos do desenvolvimento cognitivo e alterações comportamentais que produzem prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou ocupacional. Podem ocorrer concomitantemente entre si ou associados a outros transtornos mentais. Exemplos:
- Transtorno do Espectro Autista (TEA)
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
- Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD)
- Transtornos do Desenvolvimento Intelectual
- Distúrbios de linguagem
- Transtornos específicos e mistos de habilidades escolares
- Dislexia
Epilepsia
A epilepsia é definida clinicamente como a presença de 2 crises epilépticas não-provocadas (ou reflexas), com intervalo maior de 24h; ou 1 crise epiléptica não-provocada (ou reflexa) e uma probabilidade de recorrência de pelo menos 60% nos próximos 10 anos; ou diagnóstico de uma síndrome epiléptica (ILAE-2014). São exemplos:
- Epilepsias auto-limitadas idade-dependente
- Epilepsia mioclônica juvenil
- Síndrome de West
- Síndrome de Ohtahara
- Síndrome de Lennox-Gastaut
- Síndrome de Dravet
Além da epilepsia, também:
- Convulsão febril
- Crise de perda de fôlego
- Crise não-epilépticas psicogênicas
Paralisia Cerebral e Doenças Neuromusculares
A paralisia cerebral (PC) descreve um grupo de distúrbios permanentes do desenvolvimento motor e/ou cognitivo atribuídos a um quadro não progressivo sequelar que ocorreu durante o desenvolvimento cerebral nos primeiros anos de vida, prejudicando a funcionalidade do paciente.
Além do PC, temos outros tipos de transtornos que podem levar a atrasos ou regressões do desenvolvimento motor, como distrofias e miopatias congênitas, amiotrofia espinhal, síndromes genéticas, erros inatos do metabolismo, doenças mitocondriais, dentre outros.
Cefaleia
É a dor de cabeça, condição que é bastante prevalente na infância e adolescência. Pode ser dividida entre cefaleias primárias, secundárias, neuropatias dolorosas, dores faciais, dentre outras (ICHD-3). É importante a avaliação do especialista para detectar sinais de alerta (red flags) para cefaleias secundárias que aumentam a pressão intracraniana. Exemplos:
- Enxaqueca com aura/sem aura
- Cefaleia tensional
Doenças genéticas
As doenças genéticas podem acometer diversos órgãos isolada ou simultaneamente, sendo o Sistema Nervoso um dos mais acometidos. Existem diversas condições que devem ser lembradas se a criança possui dismorfismos ou fácies características, além de sintomas/sinais neurológicos, como:
- Erros inatos do metabolismo
- Ataxias hereditárias
- Paraparesia espástica familiar
- Epilepsias genéticas
- Síndrome de Rett
- Síndrome de Down, Edwards e Patau (trissomias mais comuns)
Prematuridade
Os avanços tecnológicos e de conhecimento na Neonatologia nos últimos anos levaram a uma maior sobrevida dos pacientes prematuros, sobretudo aqueles muitos prematuros e de muito baixo peso.
É imprescindível que esses pacientes após a alta hospitalar sejam acompanhados por neuropediatra, por outras especialidades médicas e por uma equipe multidisciplinar, com observação rigorosa do desenvolvimento neuropsicomotor e de possíveis distúrbios.
Assimetrias cranianas
As assimetrias cranianas (plagiocefalia, braquicefalia, dentre outras) levam a um formato do crânio disforme e que chamam a atenção dos pais e do pediatra, dando um aspecto de “achatado”.
Necessitam de avaliação com médico neuropediatra tanto do ponto de vista estético como para verificar se há sinais de fechamento precoce de suturas cranianas (espaços entre os ossos do crânio).
Distúrbios do Sono
Os distúrbios do sono são bastante prevalentes na infância e adolescência, sobretudo quando associados a outros transtornos de base, como transtornos do neurodesenvolvimento (TEA, TDAH) e condições como paralisia cerebral. A investigação e definição de planejamento terapêutico nos casos necessários é extremamente benéfica para melhorar a qualidade de vida do próprio paciente e da família.
Distúrbios do movimento
Distúrbios de movimento são um grupo de afecções neurológicas que levam a um aumento do movimento de forma involuntária ou não ou a uma redução do movimento com lentidão nas ações. Podem ter origem de várias formas, como genéticas, sequelares, vasculares, medicamentosas, infecciosas ou metabólicas. Exemplo de condições:
- Tiques motores e vocais
- Síndrome de Tourette
- Coreias
- Tremores fisiológicos, essenciais ou de outras causas
- Ataxias
- Distonias
- Movimentos paroxísticos benignos do recém-nascido ou lactente
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